sexta-feira, 21 de novembro de 2008

Natal alternativo



Rua escura, dia de trabalho cansativo, oito horas que a noite pesada escurecia e anunciava. Contradizendo relógio, contrapondo-me ao tempo_ o verdadeiro contra-tempo_ num compasso desorientado, diria arrítmico completo, no meu reggae de improviso tocado a resiliência, complacência e cansaço.


Dor nos pés acompanhada de rubor, edema, cansaço e desconforto. Início gradual no período da tarde. Piora com saltos altos. Refere ainda que tem uma sebelha que fugiu à tesoura do cabeleireiro a teimar escapar à mola que pregou à cabeça. Sebelha teimosa que por mais que ponha atrás da orelha foge e cai e sebelha malvada e já tirava os sapatos...e tou farta disto, quero ir para casa, tomar um banho quente e clicar no stand by. Tentem pôr uma vida numa história clínica. Sou mesmo um bicho limitado, temos pena.


E algures num recanto escuro um senhor ajoelhado (mas bem trajado) parecia agonizar e pedir ajuda.

E eu_ sebelha malvada e tou cheia de fome e sinto cada passo em cima destes 10 centímetros_ nem notei. E virei a esquina. E_ lá acordei para a vida_ o senhor estava mesmo a passar mal. Voltei para trás, juntando-me a um casal que se aproximava daquela rua também. E espantei-me por vê-lo já socorrido, num período de minuto e meio depois de ter virado costas.


Boa! Lisboa não é só Lis!



E a propósito (de nada), como passas o teu Natal? Contemplas, fomentas ou incrementas?