Na sequência das minhas queixas de me sentir baça e sem piada, houve um amigo que me disse:
_"Minha linda, isso tem um nome. Estás a crescer".
E eu que me julgava muito crescida, muito senhorinha nos meus 44 anos, pensei que não houvesse muito mais para crescer nesta fase, depois de tamanha paulada da vida. Pensei que já tivesse crescido demais, até.
O tanas! Se estou mesmo a crescer, isto dói e custa muito. Acho até que nunca me custou tanto (e sempre fui muito precoce desde miúda). E estou a reviver a fase dos 12 anos: quando os meus colegas brincavam nos escorregas e eu não tava nem aí!
Mas olhando para trás, muita coisa em mim mudou, este ano. Por me ter apercebido recentemente que a vida é curta, e que, pior que isso, há gente aí pelo próprio pé mais morta do que viva, implementei um plano infalível para viver em pleno. O problema dos meus planos é que são sempre terrivelmente megalómanos e nunca os consigo cumprir à risca e depois...frustração, correria, stress!
As minhas decisões de ano lectivo defendem o equilíbrio. Estudar menos mas com mais frequência, auto-sustentar-me (com a minha mesada, lolada!), preencher o tempo livre com coisas que realmente gosto (cozinha e ginásio à cabeça), dar mais atenção à minha casa, rever amigos em semanas sociais para o efeito (uma por mês no mínimo), namorar no mínimo dia-sim-dia-não e estar com a família todas as semanas.
Isto parece um plano muito sensato mas não é! Há uns gadjets que entretanto adquiri. Ganhei uma máquina de lavar e secar roupa, que me facilita bastante as tarefas e me faz sentir uma dona de casa a sério! Tenho um ferro de caldeira potente. Com a última decisão de gestão do lar que tomei também ganho um tempo_ o Continente vem-me pôr as compras a casa (sim, sobe três andares, deixa os sacos à porta e estica a máquina do multibanco). A Bimby também me dá uma ajuda_ as sopas, as farinhas, os legumes cozidos a vapor. Arranjei uma estante para as minhas especiarias, tenho uma prateleira cheia de vinagres e azeites e molhos exóticos e uma despensa que é o pesadelo da senhora que me faz a limpeza. Pior_ trouxe um carro cheio de caixotes de arrumação do IKEA para separar a roupa de Inverno quando é Verão e o contrário quando é Inverno. Organizadinha, hein?
Mas o plano não fica por aqui...
São duas da manhã. Tenho a cozinha num brinco, a casa-de-banho num brinco, as compras da semana feitas, a comida feita para meia semana, a roupa da semana passada arrumada, fiz farinha de arroz e manteiga de amendoim este fim-de-semana, o meu trabalho para apresentar na Quarta quase acabado. Mas amanhã é Segunda e às 8h30 tenho de estar no hospital. Estou a precisar de mais 3 horas por dia...ou estou a exagerar no plano?
_"Minha linda, isso tem um nome. Estás a crescer".
E eu que me julgava muito crescida, muito senhorinha nos meus 44 anos, pensei que não houvesse muito mais para crescer nesta fase, depois de tamanha paulada da vida. Pensei que já tivesse crescido demais, até.
O tanas! Se estou mesmo a crescer, isto dói e custa muito. Acho até que nunca me custou tanto (e sempre fui muito precoce desde miúda). E estou a reviver a fase dos 12 anos: quando os meus colegas brincavam nos escorregas e eu não tava nem aí!
Mas olhando para trás, muita coisa em mim mudou, este ano. Por me ter apercebido recentemente que a vida é curta, e que, pior que isso, há gente aí pelo próprio pé mais morta do que viva, implementei um plano infalível para viver em pleno. O problema dos meus planos é que são sempre terrivelmente megalómanos e nunca os consigo cumprir à risca e depois...frustração, correria, stress!
As minhas decisões de ano lectivo defendem o equilíbrio. Estudar menos mas com mais frequência, auto-sustentar-me (com a minha mesada, lolada!), preencher o tempo livre com coisas que realmente gosto (cozinha e ginásio à cabeça), dar mais atenção à minha casa, rever amigos em semanas sociais para o efeito (uma por mês no mínimo), namorar no mínimo dia-sim-dia-não e estar com a família todas as semanas.
Isto parece um plano muito sensato mas não é! Há uns gadjets que entretanto adquiri. Ganhei uma máquina de lavar e secar roupa, que me facilita bastante as tarefas e me faz sentir uma dona de casa a sério! Tenho um ferro de caldeira potente. Com a última decisão de gestão do lar que tomei também ganho um tempo_ o Continente vem-me pôr as compras a casa (sim, sobe três andares, deixa os sacos à porta e estica a máquina do multibanco). A Bimby também me dá uma ajuda_ as sopas, as farinhas, os legumes cozidos a vapor. Arranjei uma estante para as minhas especiarias, tenho uma prateleira cheia de vinagres e azeites e molhos exóticos e uma despensa que é o pesadelo da senhora que me faz a limpeza. Pior_ trouxe um carro cheio de caixotes de arrumação do IKEA para separar a roupa de Inverno quando é Verão e o contrário quando é Inverno. Organizadinha, hein?
Mas o plano não fica por aqui...
São duas da manhã. Tenho a cozinha num brinco, a casa-de-banho num brinco, as compras da semana feitas, a comida feita para meia semana, a roupa da semana passada arrumada, fiz farinha de arroz e manteiga de amendoim este fim-de-semana, o meu trabalho para apresentar na Quarta quase acabado. Mas amanhã é Segunda e às 8h30 tenho de estar no hospital. Estou a precisar de mais 3 horas por dia...ou estou a exagerar no plano?
